PREFEITURA MUNICIPAL DE LAJEDÃO 3b6528

Emendas a MP beneficiam estados e municípios que refinanciarem dívidas 546r3i

 15/02/2013 | FINANÇAS PÚBLICAS

Uma das tarefas dos deputados após o Carnaval será a análise de uma medida provisória editada em novembro do ano ado que autoriza o refinanciamento de dívidas de estados, Distrito Federal e municípios juntos à Previdência Social (MP 589/12). A comissão mista que deverá analisar o texto antes de ir a Plenário ainda não foi formada, mas deputados e senadores já apresentaram 98 emendas ao texto. A maioria delas melhora as condições do refinanciamento, beneficiando estados e municípios. 6y1l1p

De acordo com as regras da MP, os débitos serão descontados diretamente da parcela mensal do Fundo de Participação dos Estados (FPE) ou do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) a que o ente federado tem direito. A retenção será equivalente a 2% da média mensal da receita corrente líquida do estado ou município.

As prefeituras ou governos que fecharem os contratos de renegociação terão redução de 60% das multas por atraso, 25% dos juros por atraso e 100% dos encargos legais. Ainda conforme a MP, sobre as prestações mensais vão incidir juros mensais, equivalentes à taxa Selic mais 1% de encargo.

Uma das emendas, do deputado Alfredo Kaefer (PSDB-PR), reduz a zero as multas em caso de refinanciamento das dívidas, além de restringir os juros a 1% ao ano. “Não se deveria cobrar multa de entes federativos pares, já que tudo faz parte do sistema federativo. É o Estado brasileiro cobrando multa dele próprio. Além disso, os juros deveriam ser somente uma correção do dinheiro, e não baseados em taxas do mercado financeiro”, argumentou.

Kaefer e outros deputados também apresentaram emendas que estendem de março para junho deste ano o prazo para que estados e municípios formalizem o acordo de refinanciamento com a União. Segundo Alfredo Kaefer, a ideia é beneficiar os novos prefeitos eleitos: “Muitos deles receberam as prefeituras desorganizadas e precisam tomar pé da situação antes de definir diretrizes e metas para a nova gestão.”

Retranca
Entre as quase 100 emendas, há propostas de deputados e senadores de 12 partidos. A legenda com o maior número de emendas é o PMDB (9), seguido do PSDB (7), PSD (6), PT, DEM e PP (4 emendas, cada). O deputado Guilherme Campos (PSD-SP) acredita que o volume de propostas decorre da situação financeira atual dos municípios.

“Todas as prefeituras, sem exceção, estão com suas finanças complicadas. Os estados e municípios, principalmente na ultima década, sofreram muito com mudanças na cobrança de tributos. Com o aumento das contribuições, e não nos impostos, a União deixa de ter obrigatoriedade de fazer o ree. Ao mesmo tempo, aumentaram as responsabilidades atribuídas aos municípios sem a devida compensação financeira”, explicou.

Campos lembrou também que as ações adotadas recentemente pelo governo federal para impulsionar a economia acabaram prejudicando estados e municípios. Isso porque o governo federal reduziu alguns tributos, como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o que teve repercussão no valor do FPM.

“A redução da carga tributária é correta, mas compromete a capacidade de pagamento dos entes, o que prejudica a realização de obras e de investimentos de que a população necessita”, lamentou o deputado. Em novembro de 2012 uma comitiva de prefeitos veio a Brasília para alertar o governo federal. Segundo eles, o impacto da redução do IPI no FRM chegou a R$ 1,5 bilhão.

A Medida Provisória 589/12 já tranca a pauta da Câmara e poderá ser votada na semana que vem.